EM 2013 NÚMERO DE HOMICÍDIOS NO RN CRESCEU ENORMEMENTE
03/05/2013 09:39
O número de homicídios registrados este ano, entre janeiro e abril, é quase 50% do total de crimes praticados no ano passado no Rio Grande do Norte. O número é resultado de um levantamento feito pelo Conselho de Direitos Humanos do RN e obtido ontem pela Gazeta do RN. O sentimento de medo da população tem sido reforçado com ondas de violência. Em uma semana, a capital quebrou por duas vezes o recorde de registro de homicídios em 24 horas.
Do total de crimes registrados neste quadrimestre, Natal, Mossoró e cidades da Região Metropolitana da capital concentram a maioria dos delitos. Em Natal, foram 168 homicídios em 2013. A capital é seguida por Mossoró (58), Macaíba (29), Parnamirim (26) e Ceará-Mirim (20).
O levantamento feito a partir das entradas no Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) aponta que 67 municípios do estado registraram ao menos um homicídio nesse ano. Os números preocupam principalmente se comparados com as estatísticas de 2012. No ano passado – cujos dados já representaram crescimento em relação ao ano anterior – ocorreram 959 assassinatos.
As estatísticas têm ratificado o que o natalense sente na pele: as zonas Norte e Oeste são líderes em violência. O bairro de Felipe Camarão lidera a estatística negativa com 23 casos nesse ano. Nossa Senhora da Apresentação (16), Lagoa Azul (11) e Planalto (11) completam a lista dos quatro bairros mais violentos da capital.
Para o presidente do Conselho de Direitos Humanos, Marcos Dionísio, os registros recentes de homicídios que batem recordes demandam preocupação. “É a sinalização mais grave da falta de controle da segurança pública no estado. As autoridades precisam tentar retomar a tranquilidade na sociedade”, disse.
De acordo com ele, a quantidade crescente de assassinatos é fruto de uma política fracassada aplicada no Rio Grande do Norte. “O caminho é qualificar a investigação, o que não tem ocorrido até agora. É também necessário depurar as instituições dos maus policiais e investir em recursos humanos, com a contratação de policiais, e no Itep”, afirmou.
Dionísio enxerga que a falta de investigação funciona como estímulo para o aumento da violência no estado. “O clima de impunidade está oxigenando a violência. A quantidade de homicídios é reflexo disso”.
Para o presidente do Conselho de Direitos Humanos, é preciso um esforço de todos para reverter a situação. “O Poder Executivo é o principal responsável, mas a Justiça e o Ministério Público são cúmplices. É necessário um esforço concentrado de todos”, disse.
Em 2012, segundo dados da Secretaria de Segurança do Estado, 82,8% dos homicídios foram praticados com utilização de arma de fogo. Dos crimes, a polícia suspeita que 68,4% tenham ligação com o consumo e a venda de drogas. Em 2011, ocorreram 901 assassinatos no RN. Em 2010, o número foi de 815. O registro do ano passado representou um recorde negativo na história do estado. As estatísticas desse ano apontam que a quantidade será superada.