EX-DIRETOR DA PETROBRAS FICOU CALADO MANTENDO OS CANDIDATOS QUE RECEBERAM PROPINA NA PIOR

17/09/2014 19:55
Na sessão desta quarta-feira (17) da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista da Petrobras, parlamentares da oposição tentaram ligar o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que compareceu ao Congresso hoje, ao esquema do mensalão do PT.
Como foi chamado para depor como investigado, o ex-diretor da Petrobras tem o direito de permanecer e silêncio.
 
“O que eu quero dizer publicamente é que o governo de Lula, Dilma e do PT não aprendeu com o mensalão. O esquema é o mesmo. Lamento que não tenhamos conseguido levar para uma sessão o uso das informações que temos aqui. Estamos diante da continuidade do braço indicado por Roberto Jefferson no mensalão”, afirmou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), em referência ao delator do mensalão.
 
Para o parlamentar, Costa é “bandido”. Segundo o deputado, todas as testemunhas convocadas por CPIs no Congresso que se recusaram a falar são bandidos. “Não é minha primeira CPI e sempre que bandido veio usou do expediente de não falar. Eu quero dizer que estamos diante de um bandido”, completou.
 
O líder do Solidariedade na Câmara, deputado Fernando Francischini (PR), também associou o ex-diretor da Petrobras ao mensalão.
 
Costa foi preso em março com a deflagração da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Há suspeitas de que o ex-diretor tenha destruído provas contra ele. Para tentar reduzir a pena em uma possível condenação, Costa decidiu no meio de agosto contribuir com as investigações, por meio de delação premiada.
 
Segundo as revistas “Veja” e “IstoÉ”, Costa revelou o nome de vários parlamentares e governadores que teriam recebido propina para auxiliar no fechamento de contratos da Petrobras.
 
O presidente da CPI informou que foi agendada uma audiência com o ministro Teori Zavascki, relator de processos da Lava Jato no Supremo, amanhã no final da tarde para tratar dos documentos da delação premiada de Costa.